Junho 26

Conquistando a Table Mountain

Por Amarilio Neto em
Junho 26, 2017

Depois de quase dois meses vivendo aqui em Cape Town, a Cidade Mãe da África do Sul, ainda não tinha ido no seu principal cartão postal, a Table Mountain. Aí você me pergunta: como isso é possível? Calma que explicarei….

Vista aérea da Table Mountain
Vista aérea da Cidade do Cabo e as montanhas que a protegem

A Table Mountain (em português Montanha da Mesa) que leva esse nome justamente por lembrar uma mesa, foi eleita uma das 7 novas maravilhas naturais do mundo e pode ser comparada com o famoso Pão de Açúcar aí do Brasil, só que claro em dimensões extremamente maiores. Possuindo quase 1.100 metros de altura, contados do nível do mar até seu topo, ela pode ser vista de vários pontos na Cidade do Cabo (Cape Town) e o acesso ao seu cume pode ser feito de duas formas: Cable Car, que é o famoso teleférico ou através de várias trilhas, isso vai depender da sua disposição e tempo.

Para a minha primeira ida ao topo da Table Mountain decidi fazer como um local, com um hiking, uma trilha, e por tal motivo demorei um pouco a visitar esse monumento natural pois estava a pesquisar como seria isso e se necessitaria de um certo preparo físico.

Existem várias trilhas espalhadas por toda Table Mountain e que são categorizadas por dificuldade, claro que não poderia escolher uma dificuldade elevada já que seria meu primeiro hiking, e quando falo em primeiro digo primeiro mesmo, não apenas o primeiro na Table Mountain.

Amarilio registra momento enquanto Lion's Head e o sol aparecem ao fundo
Foto: Arquivo pessoal/Amarilio Neto

Pesquisei e descobri que a trilha que faria, chamada de Platteklip, iniciando da base, seria uma trilha considerada leve sem necessidade de certo preparo físico. Então em uma sexta-feira (16 de junho) resolvi, finalmente, fazer a trilha e conhecer a famosa montanha. Fui de carro da minha casa (que por sinal fica aos pés de outro bom ponto para hiking, o Devil’s Peak, mas sobre esse falarei mais na frente) a base da montanha e parei na primeira área de estacionamento. Você pode chegar de várias formas à Table Mountain: Uber, taxi, carro alugado, ou pegando aqueles ônibus de turismo vermelhos de dois andares.

Amarilio observa o oceano enquanto escala Table Mountain
Foto: Arquivo pessoal/Amarilio Neto

Chegando à base, comecei a trilha com um bom alongamento para desentravar, já que estava parado há algum tempo. Da base até o início da trilha Platteklip levei cerca de 20 minutos de subida, e como companhia durante o caminho tive a baia de Camps Bay, a Lions Head, os 12 Apóstolos (12 Apostles), a cidade e o porto. Fiquei bastante emocionado com toda a natureza e beleza que estava vendo, mais muita coisa ainda me esperava. Após um breve descanso voltei para a trilha, passados 15 minutos quase no mesmo nível, passando por umas mini cachoeiras que se formaram entre os rochedos em razão das chuvas da semana, a parte íngreme iniciou.

Conquistando a Table Mountain
Foto: Amarilio Neto

O clima estava perfeito, foi uma incrível manhã ensolarada de outono, temperatura amena. Dica certa aqui é entrar em contato com o SAC da montanha (https://www.tablemountain.net) para checar se a atração encontra-se aberta, pois devido a ventos ou nebulosidade ela fica fechada para visitação.

Levei cerca de duas horas para chegar até o topo da Table Mountain em um percurso sensacional no qual me senti abraçado por tanta beleza natural que houve momentos que esqueci que já estava esgotado. Pois é, a subida é de fato cansativa e exaustiva, a cada minuto perguntava para alguém no caminho quanto tempo faltaria até o topo. Confesso que pensei até em desistir, mas vi tanta gente, de todas as faixas etárias, desde crianças a idosos, que pensei  “se eles conseguem eu também consigo”. O visual de todo o caminho é algo surreal, parece até cenário de filme e faz você superar o cansaço.

Neblina cobre topo da Table Mountain tal como um pano de mesa
Table Mountain coberto por “pano de mesa” natural

Despois de duas horas de subida cheguei ao topo da Table Mountain e que lugar incrível, a sensação foi de ter conquistado o mundo, tanto que gritei “I conquered the world”. O lugar impressiona, as vistas são de encher os olhos. Fiquei em torno de uma hora passeando pela Table Mountain e fiz o percurso de volta de Cable Car (teleférico) pois ainda estava muito cansado. Mas antes de voltar fiz uma parada no restaurante da montanha e repus as energias, e posso dizer que os preços não são baratos, mas não são nada exorbitantes.

Amarilio posa para foto antes de continuar a escalar a Table Mountain
Foto: Arquivo pessoal/Amarilio Neto

A volta de Cable Car custou em torno de 135 rands e durou cerca de 2 minutos que foram tranquilos, mais uma oportunidade para apreciar a vista. Um fato interessante é que a cabine do teleférico, que cabe por volta de umas 20 a 25 pessoas, é giratória, então você tem uma visão de 360º. Minhas dicas para quem tiver vontade de fazer esse hiking é primeiramente que faça, pois vale muito a pena, depois que decidir fazer veja se o tempo está bom, vá com roupas leves mas leve um casco pois no topo é bem mais frio e venta bastante, leve o essencial como você para não fazer muito peso e apreciei a imensidão de beleza no trajeto. E por fim, posso afirmar que qualquer um é capaz de realizar essa trilha, basta apenas respeitar os limites do seu corpo, e digo mais, no percurso você acaba por fazer amigos e todos sempre estão a dar um suporte, incentivando para que cada um consiga concluir o desafio de escalar a Table Mountain.

Bondinho à caminho do topo da Table Mountain
Teleférico à caminho do topo da Table Mountain

Nesse caso, diferentemente do que diz o ditado que a caminhada é mais importante que o destino,  todo o conjunto que vai deste o  percurso, dificuldades, pessoas que você conhece no caminho até o destino final torna algo que parece ser simples em uma mágica e surpreendente experiência que com toda certeza quero repetir várias e várias vezes.


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Sobre o autor

Amarilio Neto

Amarilio Nasceu e cresceu na cidade de Recife, uma bela cidade litorânea no Brasil. tem uma paixão pelo mar e por esportes ao ar livre. Estudou direito no Brasil e em Portugal e hoje é graduado como Bacharel em Direito com alguns MBA’s no currículo. Há um ano atrás decidiu iniciar sua jornada na indústria do turismo pois esta é uma área a qual tem uma enorme afeição, e essa afeição apareceu quando ele estava morando na Europa, momento da vinda em que tentou agarra a oportunidade o máximo que pode. Admira conhecer e imergir em novas culturas e estilos de vida, foi daí que decidiu viajar e tentar conhecer o máximo de países e cidades que possa. Sempre teve o sonho em vir para África para descobrir o autêntico estilo de vida africano e agora que vive aqui tenta inspirar as pessoas a virem para cá e vivenciarem a incrível experiência Africana.

  • Sawubona, sou de recife e estou com minha família a passar as férias , saiba que seu blog nos ajudou muito, parabéns !

    • Ola Eulalia,

      Que bom que está gostando. Fico feliz em ter ajudado os conterrâneos e espero que estejam a gostar da viagem. Muito obriogado.

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