O ano de 1996 foi certamente um divisor de águas para a Namíbia no que se refere à proteção de seus recursos naturais e ao empoderamento de sua população, graças às suas iniciativas de conseservação de base comunitária. A vida selvagem do país – que se tornara independente em 1990 – vinha sofrendo muito por conta da caça furtiva que assolou a região durante prolongadas ocupações militares.
As comunidades rurais e indígenas foram marginalizadas durante o período em que fora uma colônia alemã e, posteriormente, controlada pela África do Sul. Povos tradicionais como os San foram retirados de suas terras, impossibilitados de viver de acordo com suas tradições. Para sobreviver em meio à extrema pobreza, foram forçados a invadirem propriedades e caçarem animais de forma ilegal, já que possuíam limitados meios de sobrevivência.
Após a independência da Namíbia, o Ministério do Meio Ambiente e Turismo passou a observar exemplos de países vizinhos que apostavam em iniciativas de base comunitária para conservação de sua fauna e flora, aprovando em 1996 a Nature Conservation Amendment Act, uma emenda à lei de conservação anterior (1975).
Considerada um exemplo de sucesso de descentralização política e participação popular em esforços de proteção ambiental e desenvolvimento econômico rural, esta emenda concedeu – ou melhor, devolveu – às comunidades indígenas o direito de uso e administração dos recursos naturais da região. De forma autogestionária, as comunidades passaram a administrar “Terras Comunitárias para Proteção” (TCCs, ou em inglês, “Communal Conservancies”).
Segundo texto publicado por Haroldo Castro e Giselle Paulino na excelente coluna Viajologia da Época, em 2014 existiam 79 TCCs, ocupando um território de 160 mil km2 – área que corresponde a cerca de 20% do território da Namíbia, ocupada por 250 mil pessoas. Hoje, são 82 terras registradas pelo Ministério do Meio Ambiente e Turismo. Além de terem poder de decisão sobre essas áreas e sua vida selvagem, os habitantes locais também puderam criar iniciativas de turismo de base comunitária, em parceria com companhias privadas.
O empoderamento econômico e social dos moradores exemplifica como a vida selvagem pode ser muito mais interessante e, até mesmo lucrativa, quando os animais são mantidos vivos, já que existe um bom contingente de pessoas interessadas em visitar o continente africano para contemplar as espécies durante safáris e outros tipos de excursão, apoiando a proteção e conservação das espécies.
Um dos países menos populosos do mundo, a Namíbia conta hoje com uma população que não passa dos 2 milhões de habitantes, o que a torna um destino muito atraente para aqueles que querem sossego e distância das áreas mais cobiçadas pelos turistas, ao mesmo tempo em que querem conhecer os diferentes ecossistemas africanos e sua abundante vida selvagem, contribuindo para esforços de conservação e turismo de base comunitária.
A Rhino Africa na Namíbia
Além de promover viagens sob medida para a Namíbia nos melhores e mais luxuosos destinos e hospedagens do país, a Rhino Africa realiza, anualmente, um desafio que há 9 anos beneficia uma série de projetos no continente africano. Trata-se do Challenge4ACause, uma iniciativa de arrecadação de fundos na qual um grupo de ciclistas percorre cerca de 400km pelo deserto de Damaraland, em áreas remotas que não costumam ser facilmente acessadas pelo público geral.
Por meio de generosas doações de seus parceiros de indústria a Rhino Africa arrecadou no ano passado 3 milhões de rands para quatro organizações sociais e ambientais: Good Work Foundation, ONG que empodera comunidades rurais por meio da aprendizagem online, tendo como meta chegar a 100.000 alunos até o ano de 2020; Save the Rhino Trust Namibia, dedicada a proteger o extremamente ameaçado rinoreconte-negro adaptado ao deserto, assim como seu habitat; Wildlife ACT, que lidera um trabalho incansável pela proteção de espécies ameaçadas de extinção, como o mabeco e o rinoceronte-negro: Khumbulani Day Care Centre, um centro situado em Khayelitsha, em Cape Town, que atende cerca de 220 crianças infectadas ou afetadas pelo vírus HIV entre 0 a 13 anos.
Se você tem interesse em visitar a Namíbia, confira nosso post sobre lugares incríveis para se hospedar no país e entre em contato conosco para começar a planejar sua viagem dos sonhos!
Gostei da excelente iniciativa tomada pelo governo da República da Namíbia sobre a conservação do meio ambiente