Eu não encontrei a presença em um tapete de yoga. Eu a encontrei no meio do caminho, em uma trilha empoeirada no mato africano, me perguntando se aquela pegada pertencia a um leão ou a um cachorro muito grande. (Spoiler: definitivamente leão.) Foi nesse momento que eu realmente entendi como estar presente – não fechando os olhos, mas abrindo-os ainda mais.

A quietude não significa que nada está acontecendo, Crédito da imagem: Governors' Camp
Esqueça o “místico”, mantenha o encanto
Não estou aqui para vender serenidade com velas aromáticas. Se a sua ideia de mindfulness envolve incenso, alinhamento de chakras e sussurrar mantras para o universo, então maravilha. Mas se você, como eu, se encontra em algum lugar entre "prefiro não" e "tentei uma vez e dormi", então isto é para você.
Porque aqui está a questão sobre os safáris africanos: eles não são apenas sobre riscar da lista os Big 5. Eles são sobre presença. E não aquele tipo que você baixa um app para conseguir. É o tipo que chega de repente. O tipo que te agarra pela gola e diz: “Ei. Olha.”

Atenção não é passiva, é instintiva, Crédito da imagem: Wilderness
Então, o que é essa tal de “presença”, afinal?
Vamos dar uma pausa para destrinchar esse conceito. Estar presente não significa alcançar paz interior ou entrar em um estado de total zen. Não é sobre ficar sentado até os pensamentos sumirem no ar (embora parabéns a quem consegue isso). É algo muito mais prático. Estar presente simplesmente significa prestar atenção – ao seu redor, aos seus sentidos e ao momento que se desenrola diante de você. É o oposto do piloto automático.
No safári, isso significa ouvir o oxpecker antes de ver o búfalo. Sentir o cheiro da chuva antes dela cair. Perceber como o peito aperta – só um pouco – quando um leopardo olha para você. Isso é presença.

Como se manter presente explorando todos os seus sentidos, Crédito da imagem: Londolozi
Por que isso importa aqui
A natureza selvagem africana não dá espaço para distrações. E é isso que a torna tão poderosa. Aqui, a presença não parece um esforço – ela acontece naturalmente. Quando a brisa muda, os pássaros ficam em silêncio e o seu guia se inclina levemente para a frente, algo em você reage. Seus sentidos despertam. Seus pensamentos desaceleram. Você está aqui, no sentido mais puro da palavra.

Presença não é solicitada, mas é exigida, Crédito da imagem: Governors' Camp
Ao contrário do mundo lá fora, onde a atenção é puxada em uma dúzia de direções ao mesmo tempo, o mato oferece apenas uma: para dentro e para fora, ao mesmo tempo. Ele cria espaço. Espaço para notar a ondulação na água. O chamado distante de um babuíno. O som da sua própria respiração.
Quer você esteja em um 4x4 com o guia sussurrando “Yingwe” (a palavra para leopardo em shangaan), ou assistindo aos elefantes beberem ao pôr do sol da sua piscina privativa, estar mentalmente em outro lugar é a maneira mais rápida de perder a magia. Você veio até aqui. Esteja presente. É assim que você permanece no momento quando isso realmente importa.

Quando o mato invade o seu dia, Crédito da imagem: Simbavati
Domine a tecnologia, sintonize-se com a natureza
O mato tem uma forma única de silenciar o barulho. Aqui, a maioria dos viajantes naturalmente começa a pegar menos o celular e mais os binóculos. Não é que a tecnologia desapareça completamente – você ainda pode encontrar Wi-Fi no lodge – mas o impulso de atualizar a caixa de entrada tende a desaparecer rapidamente.
Você não precisa de um detox digital completo. Apenas uma pausa. Publique suas fotos depois. O animal que atravessa o seu caminho não liga para os seus stories no Instagram. Quer saber como permanecer presente durante o tempo livre? Comece colocando o celular no modo avião – ou melhor ainda, trancando-o no cofre do seu quarto. Confie em mim, você vai aprender rapidamente a não sentir falta dele.

Binóculos: o upgrade original da atenção
Deixe a África prender a sua atenção
Esta é a melhor parte: você não precisa se esforçar para estar presente em um safári. O mato faz isso por você. Você ouve um grunhido baixo antes mesmo de saber de onde vem. O chamado metálico de um estorninho corta o ar da manhã. O aroma de manjericão selvagem esmagado sobe debaixo das suas botas. Você sente o gosto da fumaça de madeira no seu café. Sente a umidade no ar antes da tempestade chegar.

O cheiro da fumaça e o som de desacelerar, Crédito da imagem: Singita
Estar presente não é apenas sobre o que você vê – é uma experiência para todo o corpo. O safári desperta todos os seus sentidos. E quando você começa a perceber com mais do que apenas os olhos, começa a entender como se manter presente sem nem tentar. Esse é o ponto. Você deixa de ser espectador. Você começa a absorver.
Até mesmo o esforço de ficar parado – músculos trabalhando silenciosamente, respiração contida, olhos bem abertos – vira parte desse tecido sensorial. Você está sintonizado, querendo ou não. É assim que se permanece presente sem forçar: apenas preste atenção ao que a natureza coloca diante de você.

Não é uma vista... é uma sensação, Crédito da imagem: Victoria Falls River Lodge
Safáris: a meditação não intencional
Sim, alguns lodges oferecem sessões de ioga ou exercícios de respiração ao amanhecer no deck – às vezes até em um afloramento rochoso à beira de um rio tranquilo. Se isso é a sua praia, você encontrará opções. Mas não subestime a quietude inerente a um game drive.
Horas podem passar com pouca conversa. Existe um ritmo – dirigir, parar, esperar, ouvir. Ninguém está dizendo para você focar na respiração, mas você se pega mantendo-a firme quando um rinoceronte surge à vista. É uma das formas mais inesperadas de aprender a estar presente – por meio do movimento e da observação silenciosa.

A quietude tem sua própria tensão
Siga os olhos deles, aprenda a enxergar
Já percebeu como seu guia consegue ver um camaleão a 30 passos ou reagir instantaneamente ao alarme agudo de um esquilo numa árvore? Esse som pode ser pequeno, mas muitas vezes sinaliza algo grande – um predador por perto, uma mudança na dinâmica do mato. Os guias ouvem, percebem e mudam o curso antes mesmo que você entenda o que mudou. Isso é presença. Presença real, fundamentada, forjada no mato.
Os guias passam anos refinando a percepção, lendo a paisagem como quem lê um livro já conhecido, e se movendo pela natureza com uma atenção que beira o sobrenatural. Observá-los – e aprender com eles – é uma verdadeira aula sobre como estar totalmente presente. Eles não apenas veem. Eles percebem. Eles antecipam. E vão ajudar você a fazer o mesmo. Se você quer saber como se manter presente em um safári, comece observando o seu guia.

Aprenda com os melhores a se manter presente, Crédito da imagem: Wilderness
Presença nos lugares mais selvagens
Estar presente não se limita à traseira de um veículo. Alguns dos momentos mais marcantes acontecem em um safári a pé. Seguir rastros de animais. Sentir o cheiro de fezes frescas (sim, de verdade – e surpreendentemente não é tão desagradável quanto você imagina). Perceber o quão alto soam os seus passos quando você caminha em território dos Big 5.
Depois vêm as star beds – plataformas ao ar livre onde você dorme sob as estrelas (e sim, alguém fica de vigia). Cafés da manhã no mato. Café coado no fogo. Uma bebida gelada no meio do nada que, de alguma forma, tem um sabor melhor do que qualquer coisa que você já experimentou na civilização. Esses são momentos que lembram como se manter presente de um jeito que nenhum aplicativo de mindfulness conseguiria.

Alguns lugares fazem o aterramento por você, Crédito da imagem: Lion Sands
Soluções rápidas quando a mente começa a vagar
Se pegou mentalmente escrevendo e-mails durante um game drive? Acontece. Experimente esses ajustes rápidos:
- Conte quantos sons de pássaros diferentes você consegue ouvir em um minuto.
- Nomeie cinco coisas que você consegue sentir pelo olfato – sim, cheiro de pipoca conta (isso seria xixi de leopardo).
- Observe o formato das nuvens... vê alguma girafa ou porco-da-terra nelas?
- Faça uma pergunta ao seu guia. Qualquer pergunta. Eles vão te entreter com curiosidades até os cães-selvagens africanos voltarem para casa.
- Coloque seu celular no modo avião e chame isso de “voo em baixa altitude”.
São ações simples com um impacto real – empurrões sutis que trazem seu foco de volta para o aqui e agora, antes que sua mente decida sair vagando novamente.

É assim que um reset de verdade se parece, Crédito da imagem: Chobe Chilwero
Anote para fixar na memória
Você não precisa de um caderno de couro ou de aspirações poéticas. Apenas rabisque. Liste em tópicos o que você viu. As perguntas que fez ao seu guia. A mudança sutil no ar pouco antes do anoitecer.
Se escrever não é a sua praia, grave um áudio. Tire uma única foto significativa em vez de cem aleatórias. Rabisque o formato de um cupinzeiro. A presença é preciosa, então capture o momento.
Escreva enquanto ainda está empoeirado, sorrindo e com cheiro de fumaça de fogueira. Escreva para o seu “eu do futuro”, que um dia vai esquecer como a hiena riu. É assim que você permanece presente depois do safári também – ancorando as memórias em algo tangível.

O que você anota agora, vai agradecer depois, Crédito da imagem: Ngorongoro Crater Camp
O fim não significa que acabou
Mais cedo, mencionei encontrar a presença no meio de uma trilha durante um safári a pé. Aquele momento? Ficou comigo. Não porque eu meditei sobre ele. Mas porque eu o absorvi – por completo, com todos os sentidos atentos e a atenção enraizada naquele exato instante.
Esse é o segredo para se manter presente em um safári. Você não precisa de um mantra. Nem de um tapete. Nem de uma palestra TED. Só precisa perceber. Estar ali. Parar de olhar para a África através de uma lente e deixá-la olhar de volta para você.
Quer saber como se manter presente em um mundo que constantemente puxa sua atenção para outro lugar? Deixe a África te mostrar.

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