Dezembro 21

Conheça o vencedor do Africa’s Photographer of the Year 2017

Por Nathalia Marangoni em
Dezembro 21, 2017

Estar em contato com animais selvagens dá ao queniano Clement Kigaru uma sensação de paz e tranquilidade não encontrada em nenhuma outra atividade que já tenha se aventurado. O fotógrafo é o vencedor do Africa’s Photographer of the Year (APOTY), competição fotográfica promovida pela Rhino Africa que busca promover uma experiência imersiva, autêntica e relacional sobre o continente africano, através das lentes de viajantes que lá vivem ou estiveram.

Se assim como nós, você é aficionado por fotos, vida selvagem e natureza, a entrevista a seguir é um prato cheio: cheio de dicas e insights para amadores e profissionais que desejam treinar suas habilidades em safáris e buscam um lugar ao sol no ramo da fotografia. E, como destaca Clement, os nasceres e pôres-do-sol na África são os melhores do mundo – e provavelmente os mais fotogênicos também.

Pôr-do-sol por Clement Kigaru
Pôr-do-sol por Clement Kigaru

Olá, Clement! Conte-nos um pouquinho mais sobre você e sua vida e viagens pela África!

Meu nome é Clement Kigaru. Sou um fotógrafo comercial e de vida selvagem, residente de Nairóbi. Nasci e cresci no Quênia. À parte das viagens que fiz a trabalho ou prazer, vivi a vida inteira no país. Durante mais de uma década, trabalhei em agências de publicidade como Diretor de Arte. É aqui que fui exposto à fotografia, pois sempre interagia com fotógrafos profissionais. Quando comprei minha primeira câmera (uma Canon Rebel) em 2012, eu simplesmente não conseguia parar de usá-la. Fotografar a vida selvagem me dá a calma que não entro em nenhum outro lugar. Eu adoro passar o tempo com animais e essa é a única forma de entender seu comportamento e então, poder documentá-lo. Em 2016, tornei-me fotógrafo em tempo integral. Atuo em Fotografia Comercial e Produção em Nairóbi, mas aproveito todas as chances que surgirem para fotografar animais selvagens.

Como você ficou sabendo do competição Africa’s Photographer of the Year?

Minha esposa e eu estávamos liderando um safári fotográfico em Maasai Mara e ela teve que voltar para Nairóbi para tratar de um assunto urgente. Em seu voo de volta, ela viu um anúncio sobre a competição na parte de trás da revista Travel. Ela tirou uma foto e sugeriu que eu tentasse me inscrever com algumas de minhas fotos.

Gostaríamos de saber mais sobre sua foto vencedora. Você poderia elaborar sobre onde e como ela foi tirada?

Minha foto vencedora foi tirada no dia 12 de setebro de 2017 no Maasai Mara. Foi tirada depois de seguir, por 4 dias, as chitas, sem qualquer ação. EM 2017, tenho me concentrado em passar tempo e documentar o comportamento de grandes felinos. Já escrevi sobre este tópico em meu website – clementwild.com/journal – e nesta viagem de 2 semanas, eu queria interagir com as chitas que estão cada vez mais conhecidas no parque nacional. Eu achei extremamente especial que 5 chitas formassem uma coalizão tão bem sucedida na natureza. Neste dia, estes felinos nos deram uma demonstração de sua incrível habilidade de caça. Foi uma experiência inesquecível.

Quatro chitas atacam búfalo
Foto vencedora do Africa’s Photographer of the Year 2017 de Clement Kigaru

O que você mais gosta sobre a região selvagem da África?

Adoro a vastidão da região selvagem africana. Temos a benção de ver animais em seu habitat natural com paisagens extremamente bonitas como seu lar. Tudo isso, juntamente com os mais lindos nasceres do sol e pôres-do-sol que já vi, criam um palco super dramático para a fotografia da vida selvagem.

Você tem alguma dica sobre como capturar o momento perfeito?

Tenha paciência e permaneça quando estiver fotografando animais selvagens. As coisas acontecem em poucos segundos e a natureza não lhe dá segundas chances. Sempre que você chegar a uma cena que você sente que pode ser uma boa oportunidade fotográfica, sempre tenha as configurações corretas e esteja pronto. Faça decisões rápidas e conheça as configuraões de sua câmera.

Qual é o aspecto mais belo da África?

A África oferece paisagens completamente diferentes à medida que você viaja de país para país. É impossível explicar o quão bela a África selvagem é. É uma dessas coisas que você precisa vivenciar pessoalmente. Você precisa sair da sua cidade movimentada para sentir aquele primeiro raio de sol do dia atingir  oseu rosto, enqianto você toma um café diante de uma paisagem sem as pressões da vida; apenas pássaros cantando para você. Realmente, é como uma cena de filme.

Zebra pensativa em meio à Grande Migração, por Clement Kigaru
Zebra pensativa em meio à Grande Migração, por Clement Kigaru

Que países da na África você classificaria como destinos obrigatórios para viajantes?

Se você planeja viajar para a África, recomendo que visite meu mágico país Quênia. Eu acho que vivo no país mais bonito. Você pode estar deitado em uma praia de areia branca para um brunch e depois assistir ao mais mágico pôr-do-sol em Maasai Mara. Minha companhia Clement Wild promove safáris fotográficos durante o ano, fazemos todos os arranjos, garantindo que você testemunhe toda essa beleza de que falo.

Também incentivaria que adicionassem dois países maravilhosos que estão na minha lista de próximas viagens. África do Sul, com seu incrível Parque Kruger, e Botsuana. Estou emocionado que estou prestes a vivenciar o Kruger Park por conta da minha vitória no Africa’s Photographer of the Year*.

*O grande prêmio final do APOTY consiste em uma viagem de luxo para duas pessoas no valor de U$25.000,00. O itinerário começa em uma estadia de 4 dias no Silo Hotel, em Cape Town, seguida por 3 dias no Royal Malewane, no Parque Nacional Kruger, e finalizada por 3 dias no Royal Chundu, próximo ao Victoria Falls.

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Sobre o autor

Nathalia Marangoni

Nascida e criada na cidade mais populosa da América Latina, São Paulo, Nathalia tinha 13 anos quando ouviu pela primeira sobre Cape Town em um programa de TV. Depois de estudar Jornalismo, ela trabalhou por alguns anos em uma ONG dedicada ao empoderamento e empreendedorismo feminino, o que lhe permitiu viajar por diferentes regiões do Brasil, entrevistando e fotografando mulheres muito fortes. A experiência levou Nathalia a se sentir confiante o suficiente para se mudar de sua cidade natal e, finalmente, ver Cape Town com seus próprios olhos: um desejo antigo que dividiu águas em sua vida.

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