Março 8

Por que “Black Panther” pode inspirar viagens à África

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Por Nathalia Marangoni em
Março 8, 2018

Ainda que a próspera e altamente tecnológica Wakanda – país de origem de T’Challa, o super herói Black Panther – seja fictícia, a super produção cinematográfica apresenta diversos motivos reais para viajar para destinos do continente africano e a Rhino Africa está aqui para lhe inspirar a fazê-lo.

Se você é fã dos quadrinhos da Marvel que deram origem ao filme, deve ter notado que a localização exata de Wakanda pode variar. Há publicações que apontam que a nação está situada no norte da Tanzânia, enquanto “Marvel Atlas #2” afirma que o país fica ao norte do lago Turkana, em um ponto fictício que faz fronteira com o Quênia, Etiópia, Uganda e Sudão do Sul.

Parte do pôster oficial de "Black Panther"
Pôster do filme “Black Panther” / Walt Disney Studios Motion Pictures

Dirigido por Ryan Coogler e lançado em fevereiro de 2018, “Black Panther” toca em temas como colonialismo, pan-africanismo e nacionalismo em uma atmosfera afrofuturista que mistura, com primazia, ficção científica com vestimentas, saberes e artes tradicionais de diferentes partes do continente africano.

Na lista abaixo, evitaremos ao máximo os tão odiados spoilers – caso você ainda não tenha visto o filme – ao mesmo tempo em que o encorajamos a não apenas assistir “Black Panther’, como também a conhecer de perto destinos eletrizantes do continente africano.

Paisagens arrebatadoras

Algumas paisagens de Wakanda lembram muito as Cataratas Vitória, situadas entre Zimbábue e Zâmbia. Foto: usuário i_pinz / Flickr

Algumas paisagens do reino de Wakanda nos fazem lembrar de duas grandes quedas d’água: as Cataratas do Iguaçu, situada entre Brasil e Argentina, e as Cataratas Vitória, localizada entre a Zâmbia e o Zimbábue. Já falamos algumas vezes sobre as cataratas em nosso blog (para mais detalhes, leia Aventura em Victoria Falls, capital da adrenalina da África), especialmente sobre atividades na região que vão lhe fazer sentir níveis de adrenalina dignos de produções da Marvel.

Wakanda, nação fictícia retratada no filme Black Panther
Imagens capturadas do trailer oficial do filme “Black Panther” / Marvel Entertainment

Uma dessas atividades é um mergulho na Piscina do Diabo, uma piscina natural de borda infinita formada entre os meses de agosto e janeiro no topo das cataratas, no lado zambiano. A experiência pode lembrar algumas cenas emocionantes do filme. Assista ao vídeo abaixo e descubra por que elas estão na lista de atrações obrigatórias da África Austral.

Trilha sonora com toque sul-africano

A trilha sonora de “Black Panther” foi produzida pelo rapper americano Kendrick Lamar e conta com músicas que aparecem no filme, bem como outras inspiradas pela trama. Entre os artistas, estão nomes consagrados como o canadense The Weeknd e em ascenção como a jovem britânica Jorja Smith.

Capa e contra capa da trilha sonora oficial de Black Panther
Foto: Twitter do rapper Kendrick Lamar

Além de figurinhas carimbadas nas paradas de sucesso norte-americanas e artistas que colaboram frequentemente com intérprete de “Bitch Don’t Kill My Vibe”, a trilha conta com a participação de cinco rappers sul-africanos: Babes Wodumo, Yugen Blakrok, Reason, Saudi e Sjava.

É possível que Lamar tenha os conhecido durante sua passagem pela África do Sul em 2014, quando viajou por Durban, Joanesburgo e Cidade do Cabo. A experiência inspirou, e muito, seu aclamado álbum “To Pimp a Butterfly”, de 2015. Um ótimo motivo para reservar uma viagem para terras sul-africanas e saber mais sobre seu rico cenário musical.

Idioma

Chadwick Boseman e Daniel Kaluuya durante cena do filme "Black Panther"
T’Challa (Chadwick Boseman) e W’Kabi (Daniel Kaluuya) durante cena do filme “Black Panther”

A sonoridade da África do Sul está presente em outro aspecto de “Black Panther”: a língua oficial de Wakanda existe e é um dos 11 idiomas oficiais da nação arco-íris! Caracterizada por cliques e paradas glóticas, isiXhosa é considerada a primeira língua de mais de 8,2 milhões de sul-africanos. Nelson Mandela, que dispensa introduções, também tinha o idioma como língua materna.

Força feminina

Lupita Nyong'o e Letitia Wright em cena do filme "Black Panther" (Matt Kennedy/Marvel Studios-Disney via AP)
Lupita Nyong’o e Letitia Wright interpretam personagens multidimensionais, com interesses distintos Foto: Matt Kennedy / © Marvel Studios 2018 via AP

Após o lançamento de “Black Panther”, publicações como Al Jazeera, Cosmopolitan, Forbes, Afropunk e Washington Post publicaram artigos exaltando a importância e agência das mulheres no filme de Ryan Coogler, muitos deles glorificando a representação multidimensional de suas personalidades.

O Los Angeles Times, por exemplo, celebrou o fato de as mulheres de Wakanda serem complexas, revelando-se como “guerreiras bravas, cientistas brilhantes, espiãs destemidas e rainhas”. Enquanto isto, o Al Jazeera ressaltou que “as mulheres negras do filme são fortes e resistentes, e sua força é reverenciada – e não temida – pelos homens em suas vidas”.

Personagens femininas do filme Black Panther
Okoye (Danai Gurira), Nakia (Lupita Nyong’o) and Ayo (Florence Kasumba) / Foto: Matt Kennedy, © Marvel Studios 2018 via AP

Impossível mencionar as mulheres de “Black Panther” sem citar as Dora Milaje. Recrutadas de todas as tribos de Wakanda, elas são guarda-costas pessoais do Pantera Negra e compõem o time de segurança real . Além de protagonizarem cenas intensas de luta, elas encabeçam diálogos interessantes, que envolvem muita articulação e, principalmente, lealdade ao trono.

O site Face2Africa foi ainda mais além e traçou paralelos entre a Dora Milaje e as Dahomey Warriors, um exército exclusivamente feminino que lutou, durante os anos 1800, pela preservação do trono da República de Benin (uma leitura realmente imperdível!).

Outro aspecto positivo para o público feminino — que representou 45% da audiência norte-americana no fim de semana de estreia do filme, contribuindo para o seu sucesso arrebatador – é que “Black Panther” passa no teste Bechdel, o que significa que os diálogos entre as personagens femininas vão além de bate-papos sobre os homens da trama.

Foto: Jason Straziuso/AP

Mas o que isso nos mostra sobre a força feminina na África nos dias de hoje? O fato de as personagens femininas terem voz  e serem altamente respeitadas durante “Black Panther” nos remete a Ruanda, um país que não é apenas notório por suas florestas verdejantes, paisagens deslumbrantes e uma população resiliente, como também é a nação com maior representação feminina em seu parlamento, seguida por Bolívia, Cuba, Nicarágua e Suécia.

Rinocerontes guerreiros

Dois rinocerontes ao redor de Waterberg Plateau Lodge
Rinocerontes ao redor de Waterberg Plateau Lodge

Tanto no filme “Black Panther” como na vida real, rinocerontes nos rementem à luta. No filme, rinocerontes são domesticados e podem ser utilizados caso haja uma batalha. Nos dias de hoje, rinocerontes-negros e rinocerontes-brancos também estão envolvidos em uma espécie de guerra: seu chifre de queratina é cobiçado por caçadores furtivos, que o comercializam de forma ilegal para países asiáticos, onde algumas pessoas, erroneamente, o consideram a cura de muitas doenças.

Esforços de conservação, no entanto, estão sendo realizados. ONGs como a Wildlife ACT lideram projetos a fim de proteger este membro saudoso dos “Big Five” e você pode contribuir com eles durante sua visita à África. Acesse nosso site e confira onde ver os animais de perto.

Trajes tradicionais 

A figurinista de “Black Panther”, Ruth E. Carter, possui um currículo de respeito. A norte-americana trabalhou em filmes como “Malcom X” de Spike Lee – o que lhe rendeu uma indicação ao Oscar, inclusive – e “Selma” de Ava Duvernay. Para o filme de Ryan Coogler, ela buscou inspiração em comunidades tradicionais do sul da África e incorporou muito do que viu nos figurinos dos personagens.

Personagens secundários do filme Black Panther
Figurino do filme “Black Panther” foi inspirado em elementos e cores de vestimentas de comunidades tradicionais como Himba e Maasai / Foto: Matt Kennedy, © Marvel Studios 2018 via AP

Em entrevista ao The Atlantic, ela conta que as técnicas de produção têxtil, de tingimento à mão e beading, foram inspiradas pelos povos Tuareg, Zulu, Maasai, Himba e Dinka. Segundo Carter, os figurinos buscam “mostrar ao mundo a beleza das vestimentas tribais e avançá-las em uma maneira mais moderna”.

Mulher da comunidade tradicional Himba sorri para a câmera
Mulher Himba sorri para câmera / Foto: Harald Pieta

Algumas das comunidades mencionadas – como Himba e Maasai – ainda mantém seus costumes e tradições e recebem viajantes que desejem conhecer seus costumes de maneira respeitosa.


Quer você queira conhecer o cenário musical da África do Sul, a cultura de Ruanda, as majestosas Cataratas Vitória – compartilhadas por Zâmbia e Zimbábue – ou as comunidades tradicionais da Namíbia, a Rhino Africa está aqui para lhe auxiliar! Entre em contato com os nosso super heróis, digo, consultores de viagem e solicite um orçamento sem compromisso.

Foto do cabeçalho: Matt Kennedy, © Marvel Studios 2018


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Sobre o autor

Nathalia Marangoni

Nascida e criada na cidade mais populosa da América Latina, São Paulo, Nathalia tinha 13 anos quando ouviu pela primeira sobre Cape Town em um programa de TV. Depois de estudar Jornalismo, ela trabalhou por alguns anos em uma ONG dedicada ao empoderamento e empreendedorismo feminino, o que lhe permitiu viajar por diferentes regiões do Brasil, entrevistando e fotografando mulheres muito fortes. A experiência levou Nathalia a se sentir confiante o suficiente para se mudar de sua cidade natal e, finalmente, ver Cape Town com seus próprios olhos: um desejo antigo que dividiu águas em sua vida.

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