Observação de aves na África do Sul é coisa séria: o país recebe entre 21,000 e 40,000 avituristas por ano e é lar de uma infinidade de destinos onde é possível avistar as mais variadas espécies. No Parque Nacional Kruger, aclamado destino de safári com os “Big 5”, há mais de 500 delas. O Parque da zona úmida de iSimangaliso, em KwaZulu-Natal, abriga 526. Destinos na costa sul-africana, como a Reserva Natural Bird Island, na Costa Oeste, e a Reserva Natural De Hoop na Província do Cabo Ocidental, também chamam atenção.
Com uma ampla variedade de habitats e 841 espécies de aves registradas, sendo que 74 são endêmicas da região, não há dúvidas de que a África do Sul tem muito a oferecer para os viajantes que gostam de “passarinhar”. E isso é bastante importante para este segmento: avituristas costumam viajar por mais dias para realizar a atividade e visitam destinos alternativos, bastante diferentes dos procurados pelos turistas tradicionais. Para falarmos desta fascinante atividade com ainda mais autoridade, resolvemos recorrer a uma especialista: Vernon Head, arquiteto e escritor extremamente engajado na conservação de aves.
Nascido na Cidade do Cabo – outro incrível destino sul-africano para os que apreciam a prática – ele é membro do conselho de uma das mais influentes organizações de conservação de aves da África, a BirdLife South Africa, da qual ele também foi presidente e vice-presidente por dois períodos de quatro anos: “Nossos desafios foram – e continuam sendo – a conservação do meio ambiente. Salvar pássaros é uma maneira poderosa e eficaz de salvar habitats. Nós salvamos pinguins para que possamos salvar oceanos e costas rochosas, por exemplo!”.
Apaixonado por aves desde que tinha seis anos, Vernon nos conta que há algo mágico em ouvir pela primeira vez o chamado de um pássaro no meio da neblina, imaginando sua aparência e, em seguida, ter a oportunidade de vê-lo: “É uma coisa estranha e bela que cativa para sempre. Eu os tenho observado desde então”. Seu interesse em observação de aves moldou sua vida, permitindo-lhe viajar pelo mundo à procura de “gloriosos pássaros comuns”, bem como pássaros raros (experiência que ele conta com mais profundidade em “The Search for the Rarest Bird in the World”, livro publicado em 2014 que narra uma expedição em busca de uma espécie de noitibó).
Ao ser questionado sobre os principais destinos na África do Sul para amantes de aves, Vernon não nos dá uma resposta específica e, como bom instigador da arte da exploração, ele nos mostra o caminho: há uma rede de rotas de observação em toda a África do Sul que conecta áreas de conservação privadas e públicas, muitas delas formalmente definidas como “estabelecimentos amigáveis aos observadores de pássaros” pela BirdLife South Africa.
Além disso, a organização definiu mais de 100 “áreas importantes de aves e biodiversidade da África do Sul” que são de importância internacional para a conservação e observação de aves. Você pode encontrá-las demarcadas em um mapa divulgado pela Birdlife South Africa. Confira todas estas informações abaixo:
- Estabelecimentos amigáveis aos observadores de aves
- 112 Áreas Importantes de Aves e Biodiversidade da África do Sul
Se você está interessado em “passarinhar” na África do Sul, há ainda mais um motivo para começar a planejar sua viagem agora. Segundo Vernon, o país tem provavelmente a melhor e mais abrangente seleção de livros de guias de campo de aves (e aplicativos relacionados) do mundo, prontamente disponíveis em todas as boas livrarias de todo o país: “Em poucas palavras, eu recomendo todos os vários guias de campo disponíveis na África do Sul. Eu tenho todos eles e cada um oferece algo diferente. Você não pode errar se comprar algum deles”.
Caso você, leitor (a), esteja começando na prática, o sul-africano tem algumas dicas para a identificação de espécies: “Antes de ir observar aves em um lugar, passe um tempo estudando a variedade de espécies que você pode encontrar. Experimente e determine os principais recursos que eles podem exibir e, assim, prepare-se um pouco. Você só pode ter um vislumbre, mas se você souber qual recurso de diagnóstico procurar, sua identificação será bem-sucedida”.
Aprender a identificar o canto de algumas das espécies também pode ajudar a identificá-las, no entanto, o mais importante é dar o primeiro passo: “Acima de tudo, saia para explorar… as surpresas são muitas! Essa é a alegria de tudo! O desconhecido! O novo!”. Por falar em novo, o autor lançará nas próximas semanas seu livro “A Tree for the Birds” – em tradução livre, “Uma árvore para os pássaros” – que narra suas aventuras no rio Congo.
E que melhor forma de terminar nossa entrevista do que combinar a paixão pelas aves pela da arte da escrita? No dicionário de Vernon, o significado de “observação de aves” é instigante:
“A observação de aves é melhor descrita como uma nova maneira de ver. Quando você observa um pássaro, começa a ver conexões na natureza, mesmo que seja um primeiro olhar sobre um pardal pulando na calçada. Assistir pássaros é como ler um livro. Os pássaros são palavras e as palavras formam frases que contam uma história do mundo natural. Vá e observe! Sente-se debaixo de uma árvore e realmente observe! É bastante maravilhoso. Quando você assiste a um pássaro, você assiste a todo o resto também.”
Venha “passarinhar” na África do Sul! Entre em contato com nossos consultores de viagem e comece a traçar seu itinerário de explorações.
Eu amo a natureza
Precisamos preservar a natureza com afinco!