Abril 4

Um guia completo para o Zimbábue

Por Nathalia Marangoni em
Abril 4, 2018

O Zimbábue é notório por abrigar pessoas extremamente amigáveis e atrações naturais de tirar o fôlego. Ainda que tenha cultivado uma má reputação sociopolítica nas últimas décadas – Robert Mugabe, estamos olhando para você! – Zim, como é carinhosamente conhecido por seus habitantes, está emergindo mais uma vez como um destino icônico e gratificante.

Cataratas Vitória no Zimbábue
Foto: Martin Mecnarowski

Vivencie encontros com os icônicos Big 5 e descubra paisagens diversas, desde montanhas exuberantes a rios e planícies que esbanjam vida selvagem. Zimbábue não é apenas lar de Patrimônios Mundiais da UNESCO, como também esbanja uma Maravilha Natural do Mundo – as espetaculares Cataratas Vitória. Entre em um mundo de beleza natural incomparável com este guia completo para o Zimbábue.

Geografia

A map of Africa, highlighting Zimbabwe

O Zimbábue é um país sem litoral localizado na África Austral. Compartilha fronteira com Moçambique, África do Sul, Botsuana, Zâmbia e Namíbia. O rio Zambeze flui ao longo das fronteiras de Zimbábue e Zâmbia até as Cataratas Vitória. Sua capital é o Harare e o país possui 390,757km2, o equivalente ao estado de Montana, nos Estados Unidos, e três vezes o tamanho da Inglaterra em sua totalidade.

Cães-selvagens-africanos em Hwange, Zimbabwe
Cães-selvagens-africanos em Hwange, Zimbabwe

História

Registros apontam que os primeiros habitantes da região do Zimbábue foram os povos agricultores bantos; estima-se que tenham se instalado por lá em 200 EC (Era Comum).  Após terem se estabelecido na região, receberam a chegada dos povos Zhizo e Kalanga, que mudaram a forma na qual as atividades comerciais e de agricultura eram realizadas. Na década de 1880, a Rodésia, como era conhecida, tornou-se uma colônia britânica, o que durou até 1980, quando o país conquistou a independência após a guerra civil. Rodésia adotou um novo nome, Zimbábue, após a independência, em homenagem ao Grande Zimbábue, centro comercial construída na época medieval pelos Shona. Atualmente, setenta por cento da população zimbabuense é Shona.

Cataratas Vitória adornada por um místico arco-íris
Foto: Dietmar Temps

Cultura

Idioma e religião:

O Zimbábue possui 16 idiomas oficiais, dentre os quais, Shona e Ndebele são os mais falados. O cristianismo é a religião predominante do Zimbábue com a denominação mais comum sendo o Protestantismo (82% da população). Mwari é uma divindade tradicional adorada por séculos por uma parte dos habitantes locais, um ser onipotente que supostamente criou o povo Shona.

Culinária e música:

O instrumento tradicional mais popular do Zimbábue é o mbira. Pequeno e portátil, tem sido tocado por mais de 1.000 anos! Este instrumento musicam também é comumente referido como um “piano de polegar” devido à sua placa de madeira com dentes escanlonados de metal, que se assemelham às teclas de um piano.

Mbira é um instrumento musical popular no Zimbábue
Foto: Alex Weeks

Devido à influência do domínio colonial, os alimentos básicos consumidos pelos britânicos tornaram-se parte da vida cotidiana da população do Zimbábue, incluindo especiarias, pães, açúcar e chá. A farinha de milho é o alimento básico do país e muitos alimentos tradicionais ainda são feitos a partir dela: sadza (papa de milho espessada, que pode se assemelhar à textura da polenta italiana e ser consumida em uma formato oval), bota Ndedzi (uma sopa de cogumelo selvagem), Muriwo unedovi (folhas verde-escuras ao molho de amendoim), Dovi (molho preparado à base de manteiga ou pasta de amendoim) e bolo de fubá. Em relação a bebidas alcoólicas, Whawha é uma cerveja à base de milho produzida no país. Também são consumidas cervejas como Bohlingers, Lion, Eagle e marcas da vizinha África do Sul.

Milho usado para fazer pratos típicos do Zimbábue
Foto: Kate Holt

Vestimentas tradicionais:

Mulheres Ndebele do Zimbáube
Mulheres Ndebele do Zimbáube. Foto: South African Tourism

Na comunidade tradicional Ndebele, mulheres costumam usar contas e joias de grande porte. Roupas são uma indicação de status e idade, por exemplo, mulheres casada usam cobertores (com faixas em verde, vermelho, azul, amarelo e marrom) em volta dos ombros, argolas de grama retorcida ao redor do pescoço (isigolwani), anéis de cobre e latão em volta dos braços (idzilla) e também costumam cobrir a cabeça de formas diferentes. Os homens das comunidades tradicionais usam uma couraça feita de pele de animais, bem como faixas na cabeça. No entanto, muitos converteram suas roupas para trajes mais modernos.

Safári & Vida Selvagem:

Elefante tenta escalar árvore à procura de frutas em Mana Pools
Foto: Jez Bennett

O Zimbábue oferece algumas das melhores oportunidades de observação de animais selvagens do mundo. Com centenas de espécies de aves, os “Big 5” e um dos maiores rebanhos de elefantes na África, este é com certeza um paraíso para fanáticos por safári. O rio Zambeze é lar de grandes populações de crocodilos e hipopótamos. Ao mesmo tempo, espécies ameaçadas de extinção como a chita sul-africana e a hiena-castanha podem ser encontradas nas planícies do Zimbábue.

Clima & Quando Visitar:

Um cruzeiro de barco no rio Zambeze
Um cruzeiro de barco no rio Zambeze

Em termos climáticos, o melhor período para realizar uma visita ao Zimbábue é entre abril e outubro, devido aos dias ensolardos e às noites frias, de céu claro. A falta de chuva durante o período encoraja a vida selvagem a se reunir em torno de rios, lagos e charcos, garantindo bons avistamentos. De novembro a abril, a temporada de chuva também revela suas belezas, com tempestades elétricas durante a tarde. A alta temporada acontece entre julho e setembro devido às boas oportunidades de observação de animais e boas condições de prática de rafting e canoagem no rio Zambeze.

Principais atrações:

Vista aérea das Cataratas Vitória, Zimbábue
Foto: Victoria Falls River Lodge

Apelidadas de “fumaça que troveja”, as Cataratas Vitória são a principal atração do Zimbábue. Ao observar esse fenômeno impressionante – rodeado por florestas tropicais e abundante vida selvagem – não é difícil imaginar porque foi nomeada como uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo. Durante as estações chuvosas, as cataratas se revelam como a maior cortina de água do mundo e recebem o o nome de Capital da Adrenalina da África por proporcionar muitas atividades de aventura, incluindo voos de ultraleve, ciclismo de montanha, bungee jumping e rafting.

Rafting eletrizante no Zimbábue
Foto: Temba Tours

O Parque Nacional Mana Pools é um reserva remota e fora do circuito tradicional turístico ao longo do Middle Zambezi. Por sua beleza imaculada, não surpreende que Mana Pools seja um Patrimônio Mundial da UNESCO: espere ver muitos hipopótamos e crocodilos enquanto explora o rio a bordo de uma canoa. O parque também é lar de elefantes, búfalos, rinocerontes e muitas outras espécies.

Vista aérea de Mana Pools
Foto: Ruckomechi Camp

O Parque Nacional Hwange é a maior e mais antiga reserva de animais no Zimbábue, esbanjando vida selvagem e abrigando os “Big 5” e mais de 400 espécies de aves. Rico em diversidade, o parque é composto por savanas e dunas de Kalahari, cenário de hospedagens extremamente luxuosas e lar de uma das maiores manadas de elefante e espécies ameaçadas, como a chita sul-africana, a hiena-castanha e o cão-selvagem-africano.

Casa fluvial no Lago Kariba
Casa fluvial no Lago Kariba

A barragem do rio Zambeze forma o belíssimo Lago Kariba, um dos maiores lagos artificiais do mundo. O lago é conhecido por sua localização remota, vida selvagem espetacular e águas tranquilas. Também é famoso por proporcionar aos seus visitantes férias em uma casa flutuante e excursões de pesca de  peixe-tigre-golias.

Chegando lá:

Existem três aeroportos internacionais principais no Zimbábue: Harare, Bulawayo e Victoria Falls (o mais próximo do rio Zambeze). O Aeroporto Internacional de Harare recebe e promove voos da British Airways, South African Airways e Emirates, o que o torna bastante cômodo. Aeroportos menores estão espalhados pelo país e oferecem voos fretados para reservas de animais mais remotas.

Acomodação:

Confira algumas das principais acomodações do Zimbábue:

Dicas e informações de viagem importantes

Moeda:

O dólar zimbabuano (ZWD) foi suspenso indefinidamente em 2009. Desde então, moedas aceitas passaram a ser o dólar (USD) e o rand sul-africano (ZAR). É possível trocar dinheiro em qualquer agência de câmbio, bancos e hotéis no Zimbábue. As pessoas geralmente não trocam, portanto, é aconselhável carregar pequenas quantias com você.

Leoa olha para câmera enquanto bebe água
Foto: Neil Preyer

Visto:

É necessário visto para visitar o Zimbábue dependendo da nacionalidade do viajante. Consulte a embaixada ou consulado mais próximo para saber se o seu país de origem é válido. Os vistos de entrada única e de entrada dupla podem ser concedidos em postos fronteiriços ou aeroportos no momento de sua chegada.

Deck ao ar livre em Mana Pools
Foto: Parque Nacional Mana Pools

Vacinas e medicação:

Antes de sua viagem, é importante consular seu médico. No entanto, recomenda-se a vacinação contra a malária. Caso esteja viajando para o país depois de visitar uma área de risco de febre amarela, é necessário apresentar um certificado de vacinação contra a doença.

Bungee jumping nas Cataratas Vitória, Zimbábue
Foto: Lee Abbamonte

Outras dicas úteis:

  • O uso de roupas de camuflagem por civis é proibido no Zimbábue
  • Se você estiver viajando para as Cataratas Vitória na estação chuvosa, não deixe de levar botas e capa de chuva
Vista a partir de Victoria Falls Safari Lodge
Foto: Victoria Falls Safari Lodge

Nossos consultores de viagem já estiveram no Zimbábue diversas vezes e ficarão felizes em responder perguntas relacionadas ao país e criar uma viagem sob medida para você.

Artigo publicado originalmente por Jemma Brewitt 


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Sobre o autor

Nathalia Marangoni

Nascida e criada na cidade mais populosa da América Latina, São Paulo, Nathalia tinha 13 anos quando ouviu pela primeira sobre Cape Town em um programa de TV. Depois de estudar Jornalismo, ela trabalhou por alguns anos em uma ONG dedicada ao empoderamento e empreendedorismo feminino, o que lhe permitiu viajar por diferentes regiões do Brasil, entrevistando e fotografando mulheres muito fortes. A experiência levou Nathalia a se sentir confiante o suficiente para se mudar de sua cidade natal e, finalmente, ver Cape Town com seus próprios olhos: um desejo antigo que dividiu águas em sua vida.

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