Junho 9

Tudo que você precisar saber para o seu primeiro safári na África

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Por Amarilio Neto em
Junho 9, 2017

Quem não lembra de uma das sequências de filmes mais repetidas na Sessão da Tarde?! As aventuras de Xi e de seus dois filhos em “Os Deuses devem estar loucos” 1 e 2 com certeza divertiu muita gente. Para quem não se recorda, as peripécias dos personagens se passam na África em meio à savana e uma abundante vida selvagem.

Acredito que ao ver esses filmes você deve ter, em algum momento, pensado em fazer uma viagem de safári em países da África e ao mesmo tempo ter ponderado que uma viagem assim parece ser inacessível, difícil ou até mesmo assustadora.

A minha resposta para todos esses pensamentos é NÃO, e hoje isto está cada vez mais claro. Por isso venho aqui tentar abordar tudo que você precisa saber para fazer seu primeiro safári na África.

O que é um safári?

Dois elefantes cruzam a estrada durante safári na Reserva Balule, na região do Grande Kruger
Dois elefantes cruzam a estrada durante safári na Reserva Balule, na região do Grande Kruger

Felizmente, fazer um safári não mais tem a contextualização que possuía no passado (para saber mais, leia nosso artigo “O que é um safári? Da caça à conservação”. Há algumas décadas, a atividade estava ligada à caça predatória e esportiva dos animais selvagens, mesmo que a palavra safári, de origem árabe, tenha o simples significado de “viagem”. Nos dias atuais, a atividade está ligada unicamente à ideia de conservação de animais e observação da vida selvagem em seu habitat natural. Então, basicamente, fazer uma viagem de safári significar ir ao encontro dos animais em seu ecossistema de origem.

Escolhendo seu destino de safári na África

Zebras dão show a parte durante safári na África, Parque Nacional Kruger
Parque Nacional Kruger é um dos destinos mais procurados pelo mercado brasileiro para a realização de safáris

Não há como questionar que as melhores experiências de safári são as que acontecem no continente africano, haja vista a abundância de espécies de fauna e flora. Na África, o que não falta é opção para escolher, são inúmeros países e regiões e cada um com sua peculiaridade quando falamos do conjunto vegetação e animais.

Posso listar aqui duas principais regiões africanas que podem proporcionar uma inesquecível viagem:

A escolha do destino vai depender do seu objetivo, do que você quer ver, de quanto tempo você tem, pois como disse acima, cada lugar reserva sua particularidade.

O destino mais familiarizado pelos brasileiros é a África do Sul, mais especificamente o Parque Nacional Kruger. São várias as razões para que o Kruger seja a primeira escolha de muitos turistas, mas de fato as principais são a facilidade de acesso e a abundância em espécies de animais. Existem inúmeras forma de se chegar até ao Parque, desde voos partindo de Joanesburgo ou da Cidade do Cabo, até mesmo em viagens de carro, conta própria, e caso você escolha essa opção poderá conjugá-la com um belíssimo passeio pela Rota Jardim (Garden Route).

O Parque Nacional Kruger é considerado um dos melhores lugares para se fazer uma aventura de safári na África do Sul, além de ser um dos maiores do país – para se ter noção ele é do tamanho do estado de Sergipe. A preservação e idoneidade do ambiente fazem com que a vida selvagem seja incomparável. O parque conta ainda com diversas modalidades de acomodação que vão desde reservas privadas adjacentes com luxuosas hospedagens a propriedades mais simples fora e dentro da área do parque.  De acordo com seu orçamento você pode optar em qual tipo de acomodação ficará, lembrando que a maioria das reservas privadas já ofertam as atividades de safáris e estas são diferentes das ofertadas pelo parque nacionale pelas empresas que ficam ao seu redor.

Vale aqui mencionar que o Parque Nacional tem suas próprias regras, tais como os carros para as atividades de safári (game drives), só podem percorrer as estradas permitidas e também são estipulados horários de entrada e saída. Já nas reservas privadas, que fazem parte do parque e são de uso exclusivo de quem nelas se hospedam, as regras são diferentes e pode-se dizer que a experiência com os animais chega a ser mais próxima, uma vez que os guias e rastreadores (em inglês, “rangers” e “trackers”), com seu alto conhecimento sobre a vida selvagem, decidem qual caminho percorrer em busca dos animais e qual a distância segura pode se manter deles, já que nas reservas o passeio pode tomar outro rumo além dos demarcados pelo parque.

Qual a melhor época do ano para fazer um safári e quanto tempo ficar?

Gnus são observados durante safári no Quênia
Gnus protagonizam um dos maiores espetáculos de safári, “A Grande Migração”

Não há uma data, época ou período do ano que seja específica para realizar um safári, ou melhor dizendo, que fará com que sua viagem seja melhor ou pior do que se fosse feita em outro momento. O que se pode dizer é que em cada estação do ano a experiência de safári pode trazer algo de diferente.

Durante o outono e inverno, época de secas nas savanas, a facilidade de se deparar com os animais aumenta, uma vez que eles estarão circulando por toda região dos parques em busca de alimentos e água, somado a isto a coloração da vegetação ajuda ainda mais a visualização. O frio durante as primeiras horas do dia e durante a noite, nesta época do ano, pode incomodar um pouco, por tanto, um bom casaco faz-se necessário.

Já na primavera e no verão as temperaturas estão mais altas e o calor mais intenso, a vegetação encontra-se mais densa e verde devido as chuvas o que pode tornar o avistamento dos animais um pouco mais difícil. O ideal para uma boa experiência de safári seria uma estadia de 3 noites no parque, pois assim pode-se chegar a fazer no mínimo 4 safáris, isto incluindo os safaris que começam a tarde e aproveitar um pouco mais da sua hospedagem. Duas noites tornam-se suficientes para quem apenas estiver interessado em fazer as atividades de games.

Modalidades diferentes de safáris

Passeio em balão de ar quente, um modalidade de safári na África
Safáris em balão de ar quente são particularmente populares no Quênia e na Tanzânia, onde é possível ver a migração anual dos gnus das alturas

Quando se fala em safári, logo vem à cabeça aquele passeio feito em um veículo aberto. Correto, esta é uma das diferentes modalidades de safári que podem ser feitos. A modalidade de safari feita em veículo é conhecida como “game drives”, que você pode fazer de uma forma mais exclusiva, esta quando é feita com a equipe da reserva privada na qual por ventura você estará hospedado, ou com outros turistas caso você contrate as empresas/guias que estão disponíveis no parque. Este tipo de ”game” ocorre nas primeiras horas da manhã e também ao anoitecer.

Como falei acima, os “game drives” ofertados nas reservas privadas são feitos em veículos menores, quase que exclusivos, sempre com um “ranger”, que é quem dirige os veículos e alguns contam com um “tracker” que seria uma espécie de localizador ou rastreador de animais. Com esses dois especialistas e a possibilidade de percorrer outras áreas do parque, a chance de um contato mais próximo com os animais é bem maior. Já  nos “games” feitos com as empresas que ofertam esse serviço fora das reservas privadas, você segue em veículos maiores, porém adaptados, seguindo as rotas demarcadas pelo parque.

Além dos “game drives” existem outras diferentes modalidades de safáris que você pode escolher, tudo vai depender da região, parque e reserva que você selecionará para essa experiência. Existem safáris a pé (caminhadas), de bike, a cavalo e até mesmo de barco ou canoa. Não posso aqui esquecer de mencionar a possibilidade de fazer um “self drive” que é um passeio dentro do parque, em carro fechado alugado no qual você é seu próprio “ranger” e “tracker”, lembrando que você estará limitado às regras do parque.

O que você encontrará durante um safári

Girafa caminhando na Reserva Balule, na África do Sul
Girafa caminhando na Reserva Balule, na África do Sul

Levando um pouco para o lado lúdico, quem aqui não se recorda da animação “O Rei Leão”? A rica fauna e flora do continente africano será o que mais vai te encantar. A beleza da diversidade de vegetação e de animais é de fato algo que ficará tatuado na memória e no coração. Durante um safári na África, existe a possibilidade de ver inúmeros animais das mais diferentes espécies. Cinco espécies compõem o que aqui chamamos de os “Big 5”, o leão, o elefante, o rinoceronte, o leopardo e o búfalo, que receberam esta nomenclatura em razão de, no passado, terem sido os 5 mamíferos mais difíceis e perigosos de serem caçados.

Muitos vêm a África em busca dos “Big 5”. Posso dizer que em vários parques e reservas espalhadas por grande parte do continente esses grandes e espetaculares mamíferos podem ser rastreados e avistados. Mas um safári não só se faz, ou não só se torna completo se conseguires ver todos eles, pelo contrário, a diversidade de espécies, o seu conjunto, é o que torna um safári emocionante. Animais selvagens são exatamente isto: selvagens. Por isso, sua aparição é impressível. Caso você deseje ver uma determinada espécie, pesquise em quais parques ou reservas é possível vê-la com mais facilidade para evitar frustrações.

Segurança em safári: não há o que temer

Rinoceronte é observado de perto por viajantes e guia durante safári a pé na Reserva Malamala
Rinoceronte é observado de perto por viajantes e guia durante safári a pé na Reserva Malamala

Sei que muitos pensam que fazer um safári pode ser algo perigoso, tento em vista você ser um estranho naquele ambiente indo em busca dos grandes mamíferos e das feras selvagens. Mas por incrível que pareça essa atividade, desde que tomadas e seguidas todas as regras de segurança, não oferece risco algum. Primeiramente, fazer um “game drive” em carro aberto é uma das experiências mais incríveis. Você será guiado por um “ranger” e um “tracker” que são profissionais especializados na vida selvagem e possuem todo o conhecimento necessário.

Assim, tomando todas as recomendações dadas pelos guias, basta apenas relaxar e apreciar a beleza de cada peculiar animal que encontrará pelo caminho, sem sequer temer se algum deles se aproximar, até porque os animais enxergam os carros como algo estranho, mas não ameaçador. O ponto chave aqui é saber respeitar a natureza. Tanto para os safáris em carros abertos como para aqueles em carros fechados, as recomendações são quase as mesmas, a tensão pode ser grande em estar de cara com os animais livres, mas é compensada por toda a beleza que se vê.

Um ponto que muitos perguntam é sobre a questão da malária. Primeiramente, caso você pretenda vir para uma região onde existe o risco de contrair a doença, consulte seu médico e converse com ele a respeito, até porque existem medicações antimaláricas que podem ser tomadas, mas nunca se auto medique. Para mais informações, visite nosso artigo: Malária na África: Tudo o que você precisa saber.

Onde se hospedar

Acomodação em Kwandwe Ecca Lodge, na Reserva Privada Kwandwe
Acomodação em Kwandwe Ecca Lodge, na Reserva Privada Kwandwe

Não só no Kruger como em outros parques, existem diversificadas modalidades de hospedagem, tudo vai depender, de fato, do que você busca e de seu orçamento.  Você pode escolher se hospedar fora ou dentro dos parques. Nas hospedagens que ficam dentro dos parques, você pode escolher entre propriedades mais simples, como acampamentos, a luxuosos “lodges”, cada uma com sua vantagem.

Digamos que caso escolha se hospedar fora dos parques ou dentro, mas não em reservas privadas, você pode economizar, já que poderá optar por “self drive” ou safáris pelas empresas que fazem este serviço que se localizam nas imediações do parque. Lembrando que cada nova entrada no parque é uma nova taxa que se paga, que gira entorno dos R$ 70,00. Se hospedar em lodges dentro das reservas inseridas nos parques, aqui falando do Kruger, é uma forma de ter um pouco mais de luxo ou até mesmo um imenso luxo em meio a vida selvagem.

Para a grande maioria dos lodges os “games” já estão inclusos na diária como também a alimentação, e aí vai depender de qual lodge você irá escolher. Os games ofertados pelos lodges são mais exclusivos, mesmo que os carros sejam compartilhados com outros hóspedes.

O que levar em um safári

Elefante é fotografado durante safári na África
Elefante é fotografado durante safári na África

A primeira coisa que eu digo é que você deve levar paciência, digo isso pois um safári deve ser curtido com calma para não perder momentos precioso: a cada segundo, um animal incrível em uma situação indescritível pode surgir. No mais, o essencial sempre é bem-vindo, e para um safári o que se encaixa como essencial seria: roupas confortáveis, de preferência compridas e de cores neutras; um bom agasalho para os momentos de frio; um chapéuóculos de sol; repelentes; protetores solares; binóculos e claro, uma câmera fotográfica com bastante memória para armazenar as inúmeras fotos que com certeza você irá tirar.

Não carregue muito: os voos de charter possuem limites de peso para a bagagem que são menores que os voos normais. Caso seja uma pessoa prevenida um kit de primeiros socorros e uma lanterna podem ser úteis.

Quanto a documentação, para viajar para a África do Sul brasileiros não precisam de visto: este é dado no momento de sua entrada no país e tem validade de 90 dias. Um certificado de vacinação contra a febre amarela também é exigido, sendo declarado documento obrigatório pelo governo local. Para ter acesso a vacina e a este certificado siga as instruções da ANVISA.


Por fim, depois de toda essa informação, é hora de começar a planejar sua viagem de safári na África e se encantar pelas emoções que esse belo continente tem a oferecer. Entre em contato com nossos consultores de viagem para começar a tirá-la do papel.


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Sobre o autor

Amarilio Neto

Amarilio Nasceu e cresceu na cidade de Recife, uma bela cidade litorânea no Brasil. tem uma paixão pelo mar e por esportes ao ar livre. Estudou direito no Brasil e em Portugal e hoje é graduado como Bacharel em Direito com alguns MBA’s no currículo. Há um ano atrás decidiu iniciar sua jornada na indústria do turismo pois esta é uma área a qual tem uma enorme afeição, e essa afeição apareceu quando ele estava morando na Europa, momento da vinda em que tentou agarra a oportunidade o máximo que pode. Admira conhecer e imergir em novas culturas e estilos de vida, foi daí que decidiu viajar e tentar conhecer o máximo de países e cidades que possa. Sempre teve o sonho em vir para África para descobrir o autêntico estilo de vida africano e agora que vive aqui tenta inspirar as pessoas a virem para cá e vivenciarem a incrível experiência Africana.

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